José Ataide


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Tom pacífico e tratamento neutro cercam Cruzeiro e Ceni em reencontro

Tom pacífico e tratamento neutro cercam Cruzeiro e Ceni em reencontro

Foto: Bruno Haddad / Cruzeiro

Não passou nem um mês desde que Rogério Ceni deixou o Cruzeiro e, às 21h deste sábado (26), o treinador, que voltou a comandar o Fortaleza, irá reencontrar seu ex-clube no Mineirão, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Às vésperas do reencontro, o ex-goleiro e seus antigos comandados adotaram discursos distintos. Houve aqueles que negaram qualquer tipo de rancor, outros que expuseram tratamento neutro ou até os que descartam os tradicionais cumprimentos antes da partida.

É inegável que o vestiário do Cruzeiro ficou bastante conturbado na curta passagem de Ceni pelo clube. Em 46 dias trabalhando na Toca da Raposa, o treinador não conseguiu lidar com o grupo repleto de medalhões e teve dificuldades de relacionamento com alguns atletas.

Um deles, apontado como pivô da demissão de Ceni, foi Thiago Neves. Recentemente, o camisa 10 falou pela primeira vez sobre o ocorrido, em entrevista coletiva. Apesar de revelar ter pedido desculpas ao técnico, ele disse não crer ser necessário cumprimentá-lo antes do apito inicial.

A justificativa, no entanto, é que não fez isso com outros treinadores com quem trabalhou. “Não tem porquê. A gente não faz isso nem com o Abel [Braga], nem com o Renato Gaúcho. Tenho o foco em jogar, em ajudar o meu time. Depois do jogo, se tiver que dar um abraço nele, eu dou”, disse o meia.

Para o capitão Henrique, o astral é outro depois da chegada de Abel Braga. Mas o volante prefere não ficar remoendo o assunto, disse não guardar nenhum rancor por causa da passagem conturbada de Ceni e afirmou tratar com naturalidade o reencontro com o treinador.

“O sentimento, neste caso, seria de rancor. Mas a gente não trabalha com esses sentimentos. Eu não gosto de trabalhar com rancor. Faz parte do futebol. Aconteceu, não foi da melhor maneira, mas faz parte do passado. A gente vive um novo ciclo com o Abel, onde estamos muito contentes com o trabalho.”

Ceni retornou ao Fortaleza praticamente no mesmo momento que o Cruzeiro contratou Abel. Até aqui, os dois realizaram seis jogos em seus respectivos clubes e conquistaram nove pontos, cada. A semelhança também é vista na tabela.

O Fortaleza tem 31 pontos, três a mais que o Cruzeiro, que abre a zona de rebaixamento. Além de rever os jogadores celestes, outro encontro aguardado na capital mineira é de Ceni com a torcida, já que o técnico foi o único poupado nas variadas manifestações recentes dos torcedores.

“Enfrentar o Cruzeiro é como enfrentar qualquer outro grande time de Série A. Qualquer jogo é sempre motivo de orgulho e isso é muito especial. Todos os jogos são especiais. Cada vitória tem que ser muito comemorada na Série A. Para mim todos os jogos são importantes”, disse Rogério, no último final de semana.

No duelo, Ceni não irá rever Dedé nem Rodriguinho, vetados pelo departamento médico do Cruzeiro. Léo e Pedro Rocha ainda podem aumentar a lista de desfalques do time celeste. Já o Fortaleza terá os retornos de Romarinho e Jackson.

Fonte: Bahia Notícias