José Ataide


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Por que o Brasil é favorito para a Copa do Mundo de 2022?

Criticar o treinador da seleção brasileira e os jogadores é quase um esporte por si só no Brasil. É preciso voltar muito tempo para lembrar de alguma seleção que encantava os brasileiros e era unânime na opinião pública.

Entretanto, ao ver analistas e as odds das casas de apostas, clique aqui para entender porque o Brasil está no topo das apostas de longo prazo quando surge a pergunta “quem será campeão da Copa do Mundo de 2022?”

A França também estava lá em cima, mas com a derrota na Euro 2020 e notícias sobre possíveis rachas entre as estrelas, a atual campeã do mundo caiu um pouco. Já a queridinha Itália, que está de volta, conseguiu recuperar seu respeito depois de anos horríveis e nem ir para a Rússia em 2018.

Mas por que o Brasil é favorito?
O Brasil ainda é muito respeitado pelos seus cinco títulos mundiais e contínua revelação de jogadores. Se não temos mais tantos craques como antigamente, ainda há Neymar, um dos melhores jogadores do mundo, e uma série de atletas que estão entre os melhores de suas posições: o goleiro Alisson, os defensores Thiago Silva e Marquinhos e o meio-campista Casemiro são exemplos.

Apesar de em Copas do Mundo não termos a mesma sequência que entre 1994 e 2002, quando fomos a três finais e ganhamos duas, em 2014 com uma equipe que hoje está completamente apagada o time estava nas semifinais. Em 2018 nas quartas e o jogo contra a Bélgica por muito pouco não terminou empatado.

Apesar dos brasileiros serem muito críticos com a seleção, os resultados nos últimos anos não foram ruins. O problema é que a exigência é alta e a falta de contato e ligação com os jogadores e o time em geral cria uma desconexão e um afastamento.

Outro fator que precisa ser analisado é que a Copa do Mundo de 2022 será no Catar em um contexto completamente novo: em vez de ser no verão europeu, no meio do ano, será no fim do ano, quando as temperaturas são mais amenas no país-sede. Mesmo assim o calor será gigante, o que pode prejudicar um pouco os europeus.

As outras seleções não estão tudo isso
O futebol de seleções é completamente diferente do futebol de clubes. As seleções pouco treinam juntas, seus treinadores normalmente não são do primeiro escalão do futebol mundial. É raro que o melhor treinador de um país seja o treinador de sua seleção, como é possível ver na Argentina (Gallardo está no River, Pochettino no PSG), Espanha (Pep Guardiola está no Manchester City), Alemanha (Jurgen Klopp dirige o Liverpool) e muitas outras.

Por mais que Tite não esteja nas graças do torcedor, desde que ele chegou foram raras as derrotas e imediatamente o time melhorou em relação à péssima segunda passagem de Dunga.
Voltando ao nível das seleções, é normal ver quedas bruscas e times que melhoram de repente e ganham uma Copa. Portugal estava jogando mal em 2016 até ir avançando, avançando e bater a França na final da Euro em 2016. Como a Copa do Mundo tem apenas sete jogos, o recorte é pequeno e estar bem em um mês pode apagar quatro anos sem muita inspiração.

Antes da Euro 2020, que aconteceu em 2021, a Italia tinha uma larga sequência sem derrotas, mas muitos não botavam fé pela falta de craques e grandes nomes no ataque. Resultado: melhor ataque da competição, uma defesa ultraexperiente com Bonucci e Chiellini dominando a parada e vitórias contra Espanha e Inglaterra para vencer a competição.

O Brasil atual é muito seguro defensivamente, mas dependente de Neymar ofensivamente. Isso é estranho já que o time tem atacantes em bons clubes europeus, especialmente Richarlisson no Everton, Firmino no Liverpool e Gabriel Jesus no Manchester City. Ainda tem Gabigol, que não para de fazer gols pelo Flamengo.

Ou seja, o Brasil tem sim o talento e já teve bons resultados, mas falta dar o impulso final. Veremos se os brasileiros começam a dar mais confiança para sua seleção.

Foto: Pixabay