José Ataide


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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o “grande general” do esquema de corrupção na Petrobras

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o “grande general” do esquema de corrupção na Petrobras, disse nesta quarta-feira o coordenador da força-tarefa da operação Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol.

O procurador apresentou denúncia à Justiça contra Lula e mais sete pessoas, entre elas a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva. O Ministério Público Federal (MPF) acusa Lula dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Dallagnol afirmou que o ex-presidente recebeu mais de 3,7 milhões de reais em propina no esquema de corrupção na estatal, mas não comentou sobre eventual pedido de prisão do ex-presidente. Uma fonte que teve acesso à denúncia, no entanto, disse não ter visto pedido de prisão na peça acusatória.

O procurador afirmou que Lula foi o responsável pela nomeação de diretores da Petrobras que atendiam às necessidades arrecadatórias de PT, PP e PMDB.

“Sem o poder de decisão de Lula esse esquema seria impossível”, disse Dallagnol em entrevista coletiva em Curitiba. “O Petrolão era parte de um esquema de governabilidade corrompida”, acrescentou. “Lula era o elo comum e necessário entre o esquema partidário e o esquema de governo.”

Em comunicado, os advogados de Lula disseram que a denúncia apresentada nesta quarta-feira contra o ex-presidente tem motivação política e visa impedir que Lula seja novamente candidato à Presidência em 2018.

“O MPF elegeu Lula como ‘maestro de uma organização criminosa’, mas ‘esqueceu’ do principal: a apresentação de provas dos crimes imputados”, disseram os advogados em nota, acrescentando que Lula e a ex-primeira-dama repudiam veementemente a denúncia.

A denúncia contra Lula envolve o suposto recebimento de propina pelo ex-presidente nos contratos firmados pela Petrobras para a construção das refinarias Repar, no Paraná, e Renest, em Pernambuco.

Por Sérgio Spagnuolo

CURITIBA (Reuters) –