José Ataide


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Meirelles diz que não há “convite concreto” para Fazenda; é preciso sinalizar ações pelo país

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles afirmou nesta quarta-feira que não houve “convite concreto” para assumir o Ministério da Fazenda, mas fez uma avaliação ampla sobre a situação do país, em meio a rumores de que poderia substituir Joaquim Levy no comando da equipe econômica.

Durante evento em Brasília, Meirelles, atualmente presidente do Conselho de Administração da holding J&F, afirmou ser importante sinalizar o que será feito para garantir crescimento de longo prazo.

“Não há convite concreto (para ser ministro da Fazenda) e eu não comento especulações, não comento nenhum tipo de boato”, afirmou Meirelles a jornalistas, ao ser questionado se iria assumir o lugar de Levy.

Cresceram nesta semana rumores de que a presidente Dilma Rousseff estaria sendo pressionada para tirar Levy e colocar Meirelles na Fazenda, a fim de tentar equacionar os problemas econômicos do país, que enfrenta recessão, inflação elevada e importantes desafios nas contas públicas.

Apesar de dizer que não iria dar declarações sobre os boatos a respeito de uma eventual indicação para a Fazenda, Meirelles comentou sobre sua relação com Dilma, classificando-a de “cordial”, mesmo com “divergências e convergências”.

Por ter um perfil técnico e político, Meirelles agradaria ao mercado financeiro e traria algum alento para os movimentos sociais que sustentam o PT, segundo fontes em Brasília ouvidas pela Reuters.

O ex-presidente do BC poderia negociar melhor com o Congresso Nacional, que vive verdadeiro pé de guerra com Dilma, e poupar os programas sociais do governo, com destaque para o Bolsa Família.

Ao participar nesta tarde do Encontro Nacional da Indústria, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Meirelles manteve a postura que tinha quando comandava o BC em aparições públicas, apontando problemas e indicando caminhos para solucioná-los.

Para ele, o Executivo tem poder de negociação com o Congresso, onde há possibilidade grande de influência, e também margem de manobra na área fiscal.

BRASÍLIA (Reuters)