José Ataide


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Manifestantes vão às ruas protestar contra corrupção no país e em apoio à Lava Jato

Manifestantes tomaram as ruas neste domingo em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e outras cidades brasileiras para protestar contra corrupção, com foco em parlamentares e no presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e numa demonstração de apoio à operação Lava Jato.

Com gritos de “fora Renan” e vestidos com camisas verdes e amarelas e da seleção de futebol do Brasil, milhares de moradores do Rio de Janeiro foram à orla de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. O ato contou com carros de som, faixas e placas com frases de protesto, bonecos infláveis e até um homem a cavalo enrolado na bandeira do Brasil.

O clima ameno e a falta de som favoreceu o protesto, que começou a tomar corpo no final da manhã. A Polícia Militar acompanhou de perto o protesto, mas não foram registrados incidentes. Nem a PM nem os organizadores informaram estimativa de presentes, mas o grupo fechou as duas pistas da orla, entre os postos 5 e 6, em Copacabana.

“Nós não podemos parar e temos que ir até o fim. Aqueles que quebraram o Brasil já saíram, mas ainda tem muita gente ruim e muito ladrão no Congresso para vazar. E agora, com medo das ruas e do povo, tentam na calada da noite intimidar aqueles que estão lutando contra a roubalheira nesse país”, afirmou o comerciante Flávio Santos.

Em Brasília, a concentração foi em frente ao Congresso Nacional. Também de verde e amarelo, o grupo levava cartazes com ratos representando os parlamentares e gritava em defesa das medidas contra corrupção. Um dos cartazes mostrava o presidente do Senado, Renan Calheiros, como um rato com o rabo preso em uma ratoeira.

Em nota à imprensa, Renan avaliou que as manifestações são legítimas e devem ser respeitadas.

“Assim como fez em 2013, quando votou as 40 propostas contra a corrupção em menos de 20 dias, entre elas a que agrava o crime de corrupção e o caracteriza como hediondo, o Senado continua permeável e sensível às demandas sociais”, disse.

Os manifestantes cantavam “Somos Sérgio Moro” a maior parte do tempo e denunciavam os “ratos” do Congresso.

“Nós deixamos esses ratos nos governarem por tempo demais”, disse Sônia, uma das manifestantes, que preferiu não dar seu sobrenome por ser funcionária pública. “Renan é o maior canalha de todos”, disse, referindo-se aos 11 casos de corrupção sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) e seu papel na tentativa de acelerar a votação no Senado do pacote anti-corrupção, alterado na Câmara.

BRASÍLIA (Reuters)