José Ataide


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Justiça bloqueia R$9,8 milhões do Comitê Rio 2016 após ação de empresa ucraniana

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Justiça do Rio de Janeiro determinou o bloqueio de 9,8 milhões de reais do Comitê Organizador Rio 2016 após pedido da empresa Euromedia, contratada pelo comitê para confecção de faixas nos locais de competição.

A empresa ucraniana, responsável pelas faixas e banners nos locais de competições dos Jogos, alega não ter recebido os valores combinados e que houve rescisão do contrato, por parte do comitê, sem que as contas fossem pagas, de acordo com decisão da Justiça do Rio.

“Dessa forma, o autor requer seja determinado o arresto no valor total de R$ 9.821.898,82, nos ativos financeiros do réu, solicitando, ainda, que tal quantia permaneça em conta judicial, impedindo a irreversibilidade do provimento pleiteado”, informou a decisão judicial do dia 12 de setembro, divulgada na manhã desta quinta-feira pelo portal UOL e à qual a Reuters teve acesso.

O diretor de comunicação do Comitê Rio 2016, Mario Andrada, informou que a empresa responsável pela decoração dos Jogos não prestou todos os serviços contratados pelo comitê, o que a empresa ucraniana não concorda.

“A gente está numa disputa judicial; essa é uma decisão liminar a favor da empresa que corria risco porque o comitê pode se dissolver. A nossa visão é que o serviço de identidade visual, o look, não foi entregue. Eles acham que entregaram”, disse ele à Reuters.

O comitê já pediu a reconsideração da decisão do bloqueio das contas e aguarda uma solução.

Uma outra empresa, a chinesa Honav, também pediu à Justiça o bloqueio das contas do comitê por conta de uma outra disputa financeira. A companhia estrangeira, de acordo com Andrada, era responsável pela confecção de mascote e pin dos Jogos de 2016.

“A gente acha que eles estão devendo dinheiro para gente de royalties, eles acham que a gente é que deve. É mais uma disputa jurídica. A conta não está fechando. A gente acha que tinha direito a um valor x e eles não”, declarou o diretor do comitê, destacando que o valor envolvido seria menor do que da empresa ucraniana.

“Esses valores não mexem com nosso fluxo. Nosso orçamento é de 2,8 bi de dólares. Honav é um caso menor que o da Euromedia”, finalizou.

Em evento na segunda-feira, Andrada disse que o comitê tinha informações sobre o pedido de bloqueio mas que ainda não havia decisão da Justiça, e que “a Euromedia não entregou o serviço, por isso não foi pago”.

(Por Caio Saad e Rodrigo Viga Gaier)