Pouco depois de ser suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa, Jack Warner – presidente da Concacaf – denunciou que Blatter teria dado 1 milhão de dólares (R$ 1,6 milhão) à Confederação comandada por ele. Warner, que também é vice-presidente da Fifa, afirmou através de comunicado que estava chocado e surpreso com a suspensão.
– Nas alegações que fiz, indiquei ao Comitê de Ética que em Miami, durante o congresso da Concacaf, no dia 3 de maio, Blatter doou 1 milhão de dólares à entidade – afirmou o dirigente, dizendo ainda que Michel Platini, presidente da Uefa, estava presente à reunião – bem como Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa.
Warner esclareceu que Valcke disse a ele que Blatter não tinha permissão do Comitê de Finanças da Fifa para esse donativo, mas que “o dinheiro acabaria aparecendo”.
A Fifa confirmou nesta segunda-feira que Warner e Mohammed Bin Hammam (presidente da Confederação Asiática, membro do Comitê Executivo e ex-opositor de Blatter na corrida pela presidência da Fifa) ofereceram 36 mil euros (R$ 81 mil) em presentes em troca de votos das federações nacionais para as eleições do próximo dia 1 de junho (quarta-feira). Hammam se retirou da disputa com Sepp Blatter antes de confirmadas as alegações.
– Tenho a impressão de que o Comitê de Ética da Fifa é absolutamente independente, mas na coletiva que aconteceu após a reunião, vimos que o secretário-geral Valcke tem influência forte sobre o Comitê – escreveu Hammam em seu blog.
Segunto o qatariano, Jérôme Valcke comentou as decisões e apresentou ainda outra prova contra ele, que não fazia parte do processo. “É contra a regra de justiça em uma comissão independente”, completou o ex-candidato à presidência da Fifa.