José Ataide


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Jogador do Cuiabá processa dirigente por ameaça e assédio moral

O zagueiro Luiz Gustavo, do Cuiabá, entrou com uma ação na 1ª Vara Trabalhista da capital do Mato Grosso contra o vice-presidente do clube, Cristiano Dresch. O atleta alega ter sofrido ameaça e assédio moral do dirigente, e cobra R$ 2,5 milhões, referentes a verbas trabalhistas e outras obrigações.

O atleta teve passagem pelo Vitória, entre 2013 e 2015, onde disputou 61 jogos e marcou cinco gols. Um áudio extraído pelo site “GE” mostra a conversa mencionada por Luiz Gustavo. “Eu sei onde você mora, viu? Você tá na minha terra (…) Fala mais um ‘a’ aí dentro do clube, quero ver se você é homem. Abre essa boca de novo aí pra você ver”, diz Cristiano Dresh, enquanto profere xingamentos contra o atleta.

 

A conversa foi realizada pelo telefone de um funcionário do clube, e teria como motivação a recusa do atleta em fazer um acordo com o departamento de Recursos Humanos do Cuiabá. O zagueiro não teve contrato continuado, e foi desligado da agremiação.

 

O registro da ameaça foi feito por Luiz Gustavo na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Cuiabá, antes de deixar a cidade, rumo a São Paulo.

 

Por meio da assessoria de imprensa, o Cuiabá afirmou que o diálogo foi ríspido, mas que o vice-presidente não teve intenção de ameaçá-lo ou assediálo, “e justifica sua atitude como um ato isolado de defesa à honra da instituição.

 

Além disso, o clube alega que o jogador já teve diversos episódios problemáticos em sua passagem por lá. “Um dos episódios de violência e insubordinação ocorreu em 25.01.21. Após tentar levar documentos de seu prontuário que deveriam permanecer no clube, o jogador quis rasgar o exame periódico, tentou tirar o laudo à força da mão da médica Lívia Borges de Souza, xingou a profissional e saiu chutando a porta da sala. Após ser contido pelo então supervisor Daniel Freitas, falou em tom de ameaça ao superior: ‘se você quiser me ver mais bravo do que estou, não chega perto de mim'”, diz um pedaço da nota, enviada ao GE.

 

Em resposta a isso, os advogados de Luiz Gustavo questionam: “se houve algum ato de violência ou insubordinação, porque o clube jamais advertiu por escrito o atleta e jamais suspendeu seu contrato de trabalho? Ora, a CLT é bem clara ao tratar sobre a matéria: se há ato considerado como falta grave, deve a empresa advertir por escrito ou dar suspensão. E isso jamais ocorreu, pois o Luiz jamais cometeu tais atos”.

 

O motivo da ação movida pelo zagueiro está relacionado ao seu período de recuperação de uma lesão. Ele chegou ao Cuiabá em setembro de 2020, mas se machucou três meses depois, precisando ser operado no joelho esquerdo. Durante o período de recuperação, o salário do atleta começou a ser pago pelo INSS, fazendo o rendimento reduzir em 10% o valor anterior.

 

Segundo os advogados do zagueiro, após o retorno das atividades normais no clube, o Cuiabá descumpriu a lei ao não manter o vínculo com o jogador, encerrado o período de vigência do afastamento pelo INSS. Também é questionado o motivo de o Cuiabá não ter seguro por acidente de trabalho, de acordo com o que determina a Lei Pelé (9.615/98).

Fonte:bn