José Ataide


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Flamengo é campeão

Sim, a final não teve lá um nível técnico apurado. Sim, há questionamentos sobre o time do Flamengo. Mas verdade é que a Copa do Braisl que o rubro-negro carioca ganhou nesta quarta-feira vai além do futebol. Se fosse pelo futebol, tinha ficado lá pelas quartas-de final diante do Cruzeiro. Essa Copa do Brasil é a maior da três do clube porque representa a retomada do Maracanã pela sua torcida, a ressurreição da força do clube, o encontro de um símblo em Elias.

No título de 90, o Flamengo bateu times como Bahia, Náutico e Goiás nas fases finais. Em 2005, a final foi contra o Vasco, mas houve apenas o Atlético-MG de grande antes disso.

Nesta ano de 2013, o time rubro-negro derrubou o líder Cruzeiro, o rival Botafogo, o vice-líder Furacão, o bem colocado Goiás. Isso tudo com um time que não inspirava confiança, que até brigava para não cair.

Tanto que, desde o início, o jogo não foi bom. Foi tenso, mas não pegado. Sobrava espaço para a criação, faltavam ideias aos jogadores. A ponto de faltas quase do meio de campo terem sido batidas na área antes dos 10min de jogo. Era fácil para as zagas.

O Flamengo até tentava desenvolver algo, mas esbarrava em um excessivo número de erros de passes e, mais uma vez, na inoperância de sua armador Carlos Eduardo. Esqueçam: não há campanha que vá fazer esse rapaz voltar a jogar bola. Pelo menos não vestindo a camisa rubro-negra.

Do Atlético-PR, não se viu o time que avança forte como vice-líder do Brasileiro, em nenhum dos dois jogos. Quando não se entricheirava na área, o recurso ofensivo era o chutão e o cruzamento sem direção.

Era melhor olhar para as arquibancadas onde as duas torcidas faziam bela festa, com, previsível, predomínio dos flamenguistas que gritaram forte durante os 90 minutos. De emocionante, só o chute de Luis Antônio na trave.

O segundo tempo, é verdade, viu times mais dispostos, mais ofensivos. Ou melhor, pelo menos tentavam jogadas de ataque mesmo que Jayme de Almeida tenha botado o volante Diego Silva no lugar de Carlos Eduardo.

Coma bola no chão, o Flamengo até esteve perto de realizar jogadas articuladas com quando Hernane concluiu bem após passe de Elias. Paulinho era um jogador mais lúcio. Rápido, dominava nas costas do zagueiro e levava perigo, mas faltava precisão aos passes finais.

Restava a tensão, a tensão. Isso é que dava graça ao jogo. O Atlético-PR insistia, insistia nos chuveiros. Veio um lance belo, enfim, quando Hernane completou de volante uma jogada de cruzamentos na área. O goleiro Weverton pegou.

Até que o jogo se abriu para o Flamengo. E sobravam chances. Hernane perdeu a primeira, mas, após jogada de Paulinho, Elias meteu para dentro. Sempre ele, sempre no final. Hernane deixou o seu, para decidir.

Selava-se mais uma vez o campeão que saiu do nada, que não tinha time, que não tinha técnico. Ah, mas tem camisa. E os jogadores aprenderam a atuar com ela.

Fonte:UOL