As torcidas compareceram, sobretudo a vascaína, no clássico que marcou a reestreia de Felipe, mas voltaram para casa com o grito de gol entalado na garganta. Neste domingo, Flamengo e Vasco fizeram um duelo de pouca inspiração e empataram em 0 a 0 no Maracanã, diante de mais de 60 mil pessoas (recorde até aqui na competição). Com o resultado, o Rubro-Negro foi para os 17 pontos e caiu para a oitava colocação do Campeonato Brasileiro, enquanto o Gigante da Colina pulou para os 14 e se manteve na 15ª posição.
Um jogo fraco tecnicamente, de poucas oportunidades, foi o que se viu nos primeiros 45 minutos, à exceção de algumas jogadas dos estreantes Zé Roberto e Felipe, com chutes que obrigaram o goleiro Marcelo Lomba a trabalhar. Pelo lado rubro-negro, as estreias como titulares foram de Val Baiano e Cristian Borja, mas com atuações que deixaram muito a desejar. O primeiro, ainda sem ritmo, ficou por diversas vezes impedido e quase não tocou na bola. Já o colombiano, que jogou mais fora da área, até participou bastante, mas se atrapalhou em quase todos os lances, não conseguindo nada de produtivo.
Desde o começo, o Vasco adiantou sua marcação e dificultou a saída de bola do Flamengo, anulando principalmente as jogadas laterais, que são o ponto forte da equipe da Gávea, com Léo Moura e Juan. O único lance de real perigo do Rubro-Negro aconteceu ainda aos cinco minutos, quando Juan, na intermediária, deu bom passe para Kléberson, que, na área, bateu de canhota, por sobre a meta de Fernando Prass. Depois disso, apenas o Vasco assustou, primeiro com uma cabeçada de Nunes e, em seguida, com chutes de fora da área de Zé Roberto e Felipe. Este, diga-se de passagem, em alguns momentos, voltou a mostrar a habilidade que lhe é característica e marcou suas passagens pelo futebol carioca.
Fernando Prass faz milagre no fim
Sob o olhar do técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, presente no estádio, os times retornaram para o segundo tempo sem alterações, e o Flamengo voltou a apresentar dificuldade na saída de bola. Em um erro de passe do Rubro-Negro no campo de defesa, Zé Roberto ficou no mano a mano com Jean, mas acabou “esquecendo da bola” na hora do drible. A resposta veio com Kléberson, que recebeu na área e bateu firme, para boa defesa de Fernando Prass.
Aos 13, PC Gusmão lançou Carlos Alberto no lugar de Nunes, com o intuito de aumentar a movimentação de ataque da equipe. Aos 25, cansado, Felipe deu lugar ao também estreante Éder Luís. Porém, o que se viu foram poucas oportunidades criadas pelo time.
No Flamengo, como era de se esperar, as entradas de Fernando, Vinícius Pacheco e Michael não mudaram a cara da equipe. Um pouco melhor na segunda metade da etapa final, o Vasco teve duas boas chances, primeiro com Fágner, que recebeu passe de Éder Luís e chutou em cima de Marcelo Lomba, e, depois, com o próprio atacante, que invadiu a área e bateu, com o goleiro fazendo nova defesa.
O Flamengo ainda tentou responder, mas, novamente, apresentou as já conhecidas deficiências de ataque. Somente aos 41 minutos, um lance incrível. Milagrosamente, Fernando Prass defendeu três finalizações à queima-roupa, primeiro de Vinícius Pacheco, depois de Cristian Borja, e, na sequência, de Juan, esta, de cabeça. O arqueiro ainda teve tempo de defender boa cobraça de falta de Petkovic, aos 48 minutos. O lance lembrou o gol do tricampeonato carioca de 2001, mas desta vez o goleiro vascaíno defendeu.
Com tantos erros de ambos os lados, o resultado não poderia ser diferente: um 0 a 0 longe de estar à altura da tradição do Clássico dos Milhões.
FICHA TÉCNICA
FLAMENGO 0 X 0 VASCO
Estádio: Maracanã, Rio de janeiro (RJ)
Data-Hora: 1/8/2010 – 18h30 (de Brasília)
Árbitro: Péricles Bassols (RJ/Fifa)
Auxiliares: Hilton Moutinho (RJ/Fufa) e Marco Aurélio Peçanha (RJ)
Renda e público: R$ 1.368.290,00 / 50.447 pagantes / 60.202 presentes
Cartões amarelos: Val Baiano, Kléberson, Jean e Corrêa (FLA); Zé Roberto e Rômulo (VAS)
FLAMENGO: Marcelo Lomba; Léo Moura, Jean, Ronaldo Angelim e Juan; Corrêa, Willians (Michael, 32´2ºT), Kléberson (Fernando, 16´/2ºT) e Petkovic; Cristian Borja e Val Baiano (Vinícius Pacheco, 20´/2ºT). Técnico: Rogério Lourenço.
VASCO: Fernando Prass; Irrazábal (Fágner, 21´/2ºT), Dedé, Fernando e Carlinhos; Nilton, Rômulo, Rafael Carioca e Felipe (Éder Luís, 25´2ºT); Zé Roberto e Nunes (Carlos Alberto, 13´/2ºT). Técnico: Paulo César Gusmão.