José Ataide


Publicidade


Copa com 48 seleções enfrenta rejeição no Conselho, e “padrão Fifa” pode mudar

A ideia do presidente da Fifa, Gianni Infantino, de fazer a Copa do Mundo a partir de 2026 com mais de uma sede e 48 seleções já encontra forte rejeição de alguns membros de peso no Conselho da entidade, que deve debater o tema nesta quinta-feira no primeiro dia de reunião em Zurique, na Suíça. O blog conversou com três membros do órgão mais poderoso da entidade que mostraram receio com a queda de nível da competição com a entrada de mais 16 seleções e não acreditam que o maior número de jogos significará necessariamente mais dinheiro. Mas há quem também defenda o modelo.

Pelo menos dois pontos são cruciais: a aceitação – e maior aporte de verba – de emissoras de televisão detentoras dos direitos, e a organização de uma competição maior no mesmo espaço de tempo. Todos os membros do Conselho receberam uma apostila com diversas propostas de formato a serem analisados e a questão entrará na pauta nesta quinta-feira. Esse documento traz diversas simulações para a competição no formato atual, com 40 equipes – o que era a proposta de Infantino durante sua campanha para a presidência -, e com 48 seleções. Esta última opção, a princípio, acarretaria uma Copa com quase uma semana a mais de duração.

A expressão “padrão Fifa”, repetida à exaustão no Brasil durante a preparação e a disputa da Copa do Mundo de 2014, deve ganhar contornos mais amenos. Isso porque está sendo desenhada uma mudança no caderno de encargos para a realização de uma Copa do Mundo, com exigências muito mais voltadas para as questões esportivas e sem muita interferência em outros pontos como aeroportos, transporte e hoteis.

A tendência é que sejam estabelecidos critérios mínimos a serem atingidos pelas cidades nesses quesitos. A ideia é que até quatro países da mesma região possam oferecer uma candidatura única, o que torna o custo de sediar a Copa muito menor para cada um e, por si só, alivia as exigências sobre cada sede.

A leitura da cúpula da Fifa é que exigências em excesso aos governos dos países que recebem a competição acabam tendo um grave impacto na imagem da entidade, algo que Infantino nesse momento luta para recuperar depois dos escândalos deflagrados em 2015.