O capitão da seleção brasileira de futebol na conquista do tricampeonato mundial, Carlos Alberto Torres, morreu aos 72 anos no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, após sofrer um infarto.
Autor de um dos gols mais lembrados de todas as Copas do Mundo, Carlos Alberto iniciou a carreira no Fluminense e jogou também no Santos, Botafogo, Flamengo e no Cosmos, de Nova York.
Em um time com nomes como Pelé, Rivellino, Tostão e Jairzinho, no Mundial de 1970, Carlos Alberto, na época com 25 anos, se tornou o capitão entre jogadores acostumados a serem capitães em seus clubes.
Em comunicado, Pelé lamentou a morte de Carlos Alberto e lembrou dos êxitos da dupla.
“Fico triste com a morte do meu amigo irmão Carlos Alberto, nosso querido ‘Capita’, lembrando dos tempos que estivemos juntos no Santos, na seleção brasileira e no Cosmos, formando uma parceria vencedora”, disse. “Fomos campeões no Santos, na seleção e no Cosmos.”
O lateral-direito marcou o quarto gol do Brasil na vitória por 4 x 1 sobre a Itália no Estádio Azteca, no México, em um lance que envolveu oito jogadores, pouco antes de levantar a taça Jules Rimet no terceiro título mundial do Brasil.
Após roubada de bola de Tostão, a bola foi pra Piazza, que tocou para Gerson, que, por sua vez, tabelou rapidamente com Pelé e deu a bola para Clodoaldo. O time vencia por 3 x 1 e estava passando a bola, sem pressa, para deixar o relógio seguir.
Em jogada genial de Clodoaldo, que driblou vários adversários, a bola seguiu para Rivellino, que tocou para Jairzinho e então para Pelé. Em vídeos, é possível ver Carlos Alberto correndo, já imaginando que Pelé iria tocar a bola. Carlos Alberto então recebeu a bola de Pelé para chutar a 11 metros do gol.
“Ninguém fala sobre os gols do Pelé, o primeiro gol, o segundo gol”, disse Carlos Alberto em entrevista à BBC anos depois. “É sempre sobre o quarto gol. Acho que foi o melhor gol já marcado em uma Copa do Mundo.”
RIO DE JANEIRO (Reuters)
REUTERS/Bruno Domingos