O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta segunda-feira novas condições para financiamento a projetos de energia que incluem melhores condições para usinas solares e a redução do apoio a grandes hidrelétricas e termelétricas.
O banco já sinalizava que precisaria mudar sua política em meio aos esforços por um ajuste fiscal anunciados pelo governo brasileiro, o que gerou forte expectativa entre os investidores devido aos vultosos empréstimos concedidos pela instituição ao setor elétrico nos últimos anos.
Representantes da instituição de fomento disseram a jornalistas em teleconferência, nesta segunda-feira, que as mudanças visam privilegiar com empréstimos mais atrativos, atrelados à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), setores vistos como de maior retorno social e ambiental, além de atrair o setor privado para financiar os demais empreendimentos.
O BNDES também anunciou para os investidores em energia o fim da concessão de empréstimos-ponte, que costumam ser utilizados pelas empresas para bancar aportes ou obras enquanto o banco analisa a concessão do financiamento de longo prazo a um projeto.
A diretora de Infraestrutura do BNDES, Marilene Ramos, disse que o objetivo da instituição é compensar o fim dos empréstimos-ponte com uma maior agilidade na aprovação das operações.
Pela nova política, as áreas com maior participação do BNDES serão as de energia solar, eficiência energética e iluminação pública, nos quais o banco participará com até 80 por cento dos itens financiáveis e com todos os recursos a TJPL, atualmente em 7,5 por cento ao ano.
Antes, o teto para empréstimos ao setor solar era de 70 por cento dos itens financiáveis.
Já as grandes hidrelétricas terão reduzida a fatia de empréstimos pelo banco de fomento a até 50 por cento dos itens financiáveis, ante 70 por cento anteriormente.
A mesma redução, de 70 por cento para 50 por cento, será adotada para as termelétricas a gás natural em ciclo combinado, enquanto térmicas poluentes, a carvão e óleo, não contarão mais com recursos da instituição de fomento.
SÃO PAULO (Reuters) –