José Ataide


Publicidade


A Fúria em festa

Tinha de ser sofrido. A Espanha é campeã do mundo após vitória suada sobre a Holanda: 1 a 0. A conquista veio na prorrogação, após o placar ter ficado mudo no tempo normal e durante boa parte da prorrogação. Em um jogo marcado pela marcação por muitas vezes violenta da Laranja, e por uma arbitragem pavorosa de Howard Webb, coube a Iniesta brilhar pela Fúria ao marcar o gol do título. Em tempo: o tal polvo acertou mais uma.

MUITA VIOLÊNCIA E POUCA CRIATIVIDADE

A Fúria, para variar, tomou conta do início do jogo. As trocas de passes quase intermináveis geraram duas boas chances de gol: na primeira, Sergio Ramos cabeceou para Stekelenburg fazer grande defesa; em seguida, o lateral espanhol fez boa jogada e Heitinga afastou o perigo quase sobre a linha do gol.

A partir daí o que se viu foi um jogo concentrado no meio de campo. Chegou a se tornar violento – De Jong deveria ter sido expulso ao entrar com o pé alto, bem alto, no peito de Piqué. A arbitragem de Howard Webb, o mais jovem a apitar uma final de Copa desde Pierre Capdeville em 1938 (na Itália) foi confusa.

CADÊ OS CRAQUES?

Sneijder e Robben quase não foram vistos na primeira etapa. Van Persie menos. Do outro lado, Xavi e Iniesta eram pouco criativos, muito por conta da forte marcação holandesa. Com poucos chutes a gol, o primeiro tempo foi embora sem deixar saudades – apenas a esperança de que o jogo melhorasse na etapa final.

A equipe dirigida por Vicente del Bosque voltou do intervalo como entrou em campo: marcando em cima e jogando no campo do adversário. Nos primeiros minutos, Capdevilla por pouco não aproveitou desvio de Puyol em escanteio

ROBBEN PERDE A PRIMEIRA

A Holanda, então, parou de distribuir pontapés e passou a jogar futebol. Sneijder ganhou de Busquets e deu um belíssimo passe para Robben, que saiu frente a frente com Casillas. O canhotinho escolheu o canto e bateu firme, mas a bola desviou em Casillas e passou rente à trave.

Do outro lado Villa também desperdiçou uma chance clara de marcar. Jesús Navas fez boa jogada pela direita e cruzou rasteiro. Em um momento patético do fraco Heitinga – que tentou cortar e deixou a bola passar por entre suas pernas – o artilheiro espanhol ficou com o gol vazio, mas tocou a zaga conseguiu salvar.

ROBBEN PERDE A SEGUNDA!

O jogo se aproximava do fim e o nervosismo só aumentava. No fim do jogo, Robben teve novamente a chance de fazer o gol. Desta vez saiu atrás de Piqué e Puyol, mas venceu os zagueiros na velocidade e acabou desarmado por Casillas. Reclamando um pênalti não existente, acabou levando o amarelo.

O PLACAR FICOU MUDO. E VEIO A PRORROGAÇÃO. E A ARBITRAGEM…

De tanto ver Robben, Fàbregas acabou repetindo os erros do holandês: saiu cara a cara com Stekelenburg e conseguiu errar, logo no início do primeiro tempo da prorrogação. Isso depois de o árbitro não ter marcado um pênalti claro de Heitinga em Xavi. Na sequência, Mathijsen subiu de cabeça e assustou Casillas. O jogo ficava cada vez mais aberto.

No segundo tempo, Heitinga foi expulso – justamente e finalmente, diga-se de passagem. E quando tudo parecia se encaminhar para a decisão por pênaltis, Fernando Torres deu para Fàbregas na entrada da área em boas condições. O meia do Arsenal deu para Iniesta marcar o gol salvador, o gol do título. O gol que deu o primeiro título mundial à Espanha.

FICHA TÉCNICA

HOLANDA 0x1 ESPANHA

ESTÁDIO: Soccer City, Johanesburgo, África do Sul
DATA E HORA: Domingo, 11 de julho de 2010, às 15h30 (de Brasília)
ÁRBITRO: Howard Webb (ING)
PÚBLICO: 84.490 pagantes
CARTÕES AMARELOS: De Jong, Van Persie, Van Bommel, Van Bronckhorst, Heitinga, Robben, Van der Wiel, Mathijsen (HOL); Puyol, Sergio Ramos, Capdevilla, Xavi (ESP)
CARTÃO VERMELHO: Heitinga, 4’/2ºTP
GOLS: Iniesta, 12’/2ºTP

HOLANDA: Stekelenburg; Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen, Van Bronckhorst (Braafheid, 15’/1ºTP); Van Bommel, De Jong (Van der Vaart, 9’/1ºTP) , Sneijder; Kuyt, Van Persie e Robben (Elia, 25’/2ºT)
T: Bert Van Marwijk

ESPANHA: Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puuyol, Capdevilla; Xabi Alonso (42’/2ºT), Busquets, Xavi, Iniesta; Pedro (Jesús Navas, 15’/2ºT) e Villa (Torres, intervalo da prorrogação)
T: Vicente del Bosque