José Ataide


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“Lá de cima, escondido, é corajoso”: Ceni critica VAR e dispara contra Rafael Traci após derrota do Bahia para o Atlético-MG

Após a derrota para o Atlético-MG na noite desta quarta-feira (5), o técnico Rogério Ceni concedeu entrevista coletiva e fez duras críticas ao árbitro de vídeo Rafael Traci, de Santa Catarina, responsável pelo VAR da partida. O treinador do Bahia se mostrou indignado com dois lances decisivos que, segundo ele, influenciaram diretamente no resultado.

Os principais pontos de contestação do Tricolor foram um pisão de Alonso em Michel Araujo, logo no primeiro minuto de jogo, e a expulsão de Kanu, por um suposto DOGSO (negação de uma oportunidade clara de gol).

“Poderia fazer uma análise técnica do jogo, mas o jogo começa em Inter x Atlético-MG, quando o Hulk foi expulso. Hoje, o jogo foi ditado nesse ritmo. Rafael Traci, que fica escondido, teve a coragem de chamar o lance para expulsão de Kanu, mas não chamou para o lance do Michel [Araujo], que teve o meião rasgado. O que vai ser feito com esse senhor? O VAR não teve a coragem de dar nem um amarelo”, disparou Ceni.

O treinador também comentou sobre a atuação do árbitro principal, Davi de Oliveira Lacerda, afirmando que ele “fez um jogo ok”, mas reforçou as críticas ao responsável pelo vídeo.

“Não é que o árbitro seja ruim, mas o senhor Rafael Traci no VAR… o que acontece com ele? Como ele vai explicar aquele lance que é expulsão clara? Sabe o que vai acontecer? Nada. Esse é o futebol brasileiro. O lance do Michel Araujo é mais propício para vermelho ou o do Kanu? O senhor Rafael Traci teve a coragem de chamar para o lance do Kanu — ele é muito corajoso lá de cima, aqui no campo do Atlético”, ironizou.

Para Ceni, a arbitragem tem sido determinante em muitos resultados no futebol nacional.

“O lado que vai vencer o jogo é o lado que o VAR resolve interferir no futebol brasileiro”, completou.

Perguntado sobre o que é preciso fazer para a arbitragem brasileira melhorar, Rogério respondeu.

“No último jogo eu falei, expliquei, pode replicar ela. Só peço sinceridade de vocês, olhem o lance do Michel Araujo. Se o futebol brasileiro quer melhorar, olhem esse lance e digam se não é para cartão vermelho. Eram 30 segundos de jogo, e o Atlético-MG vem de uma partida prejudicada. O cara do VAR não chamou esse lance tendo todas as câmeras. Ele tinha todas as possibilidades. Amanhã ele vai estar em outro jogo. Hoje em dia, no Brasil, o VAR direciona a partida como quiser. Não era interessante para ele expulsar o jogador do Atlético-MG hoje. Não teve a coragem de tomar a decisão que precisava ser tomada. O rosto do árbitro do VAR precisa ser colocado, apresentado, se não só a gente sofre com a pressão. Vai dizer que isso é justo?”.

Após o desabafo, o técnico fez uma breve análise sobre o desempenho do Bahia em campo.

“Temos que analisar o jogo antes da expulsão, no 11 contra 11. Tivemos um bom volume de jogo, uma postura boa. O Atlético começou a dominar a partir da metade do primeiro tempo, mas tivemos boa postura. A gente se defendia bem até a expulsão. Depois disso, tentamos duas linhas de quatro, mas com jogadores cansados, menos de 72 horas para descansar. Ali o jogo já estava definido. O cartão saiu em uma perda de bola boba nossa no meio de campo. Rafael Traci teve coragem ali de atuar. No lance do Michel ele não fez nada. Mas é isso — o Atlético é um time forte, que foi bem superior no 11 contra 10”, finalizou.