José Ataide


Publicidade


Novo calendário da CBF para 2026 pode fazer “sol brilhar mais forte” no futebol do interior da Bahia

No último dia 1º de outubro, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou o novo calendário para a temporada de 2026 do futebol brasileiro. Havia uma grande expectativa para mudanças e melhorias, dentre a diminuição e melhor distribuição de datas para os times da elite e um aumento de datas para clubes emergentes e submergentes do futebol nacional, as inovações deram uma nova realidade para as equipes do Campeonato Baiano.

 

Os campeonatos regionais, como a Copa Verde, Copa do Nordeste, passaram por mudanças, além da adição na nova Copa Sul-Sudeste. Equipes que se classificarem para competições da Conmebol (Libertadores e Sul-Americana) não participarão dos torneios regionais, o que já pode mudar o roteiro do Bahia, que está brigando por vaga nas copas internacionais.

 

Observando por outro prisma, essas mudanças também interferem no cenário de Atlético de Alagoinhas, Jacuipense, Juazeirense e Porto Sport Clube, que automaticamente conquistaram vagas em mais torneios e asseguraram um calendário recheado no próximo ano.

 

CAMPEONATO BAIANO 2026
No evento realizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a CBF anunciou que o Brasileirão começará no dia 28 de janeiro e terminará no dia 2 de dezembro. Assim, o torneio terá início antes do fim dos estaduais, o que significa que o Campeonato Baiano 2026 será disputado de 11 de janeiro a 8 de março, com limite de 11 datas.

 

O Baianão 2026 vai ter a presença de Bahia, Bahia de Feira, Barcelona de Ilhéus, Galícia, Jequié, Vitória, Atlético de Alagoinhas, Jacuipense, Juazeirense e Porto Sport Club. Esses últimos quatro times citados em questão devem contar com um aumento significativo no calendário.

 

Além de disputar a elite do futebol baiano, Atlético de Alagoinhas e Jacuipense estão com vagas garantidas para a segunda fase da Copa do Brasil, enquanto o Porto entra na primeira fase. Caso o Vitória confirme a permanência na Série A do Campeonato Brasileiro, começará a Copa do Brasil na quinta fase, o que garante a Juazeirense na primeira fase da copa nacional.

 

Na Copa do Nordeste, Atlético de Alagoinhas e Jacuipense garantiram vaga direta para o torneio. Até o momento, o Vitória também vai ser um dos três times baianos na competição, mas caso conquiste vaga para a Copa Sul-Americana, não poderá disputar a Copa do Nordeste, que é o mesmo caso do Bahia. Caso este cenário se confirme, a terceira vaga deve ficar com a Juazeirense por via do ranking estadual.

 

Com as mudanças divulgadas pela CBF, o futebol baiano também terá quatro times na Série D do Campeonato Brasileiro em 2026. Atlético de Alagoinhas, Jacuipense, Juazeirense e Porto Sport Club vão disputar a quarta divisão do futebol brasileiro na próxima temporada, melhoria que garante um maior calendário e mantém o nível de competitividade para os times emergentes.

 

Miguel Gomes, gerente de futebol do Jacuipense, celebrou a conquista das vagas para a disputa da Série D, Copa do Nordeste e Copa do Brasil de 2026 após a campanha do Baiano de 2025.

 

“Então, nesse ano de 2025 nós fizemos uma boa campanha no Campeonato Baiano. Graças a Deus, conseguimos conquistar todas as vagas possíveis para o do ano de 2026, né? Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Série D. Então temos um calendário cheio. A gente já vem se planejando nesta temporada, e em 2026, é entrar forte para disputar o Campeonato Baiano e as demais competições”, declarou Miguel Gomes.

 

No Baianão de 2025, o Leão do Sisal ficou em segundo na primeira fase e avançou para as semifinais. O bom desempenho já colocava a equipe como um dos representantes baianos na Série D e na Copa do Brasil.

 

Diferentemente de como foi em 2024, quando jogou a fase pré da Copa do Nordeste, o Jacuipense já está garantido na fase de grupos do torneio em 2026.

 

O aumento de compromissos no calendário é um ponto positivo, mas também há o outro lado da moeda. Uma questão destacada por Miguel Gomes foi sobre a necessidade de ter um elenco robusto para aguentar um número maior de competições, algo que a comissão do Jacupa está trabalhando.

 

“Graças a Deus a gente manteve uma boa parte do plantel. Tínhamos pelo menos 16 atletas com contrato com o clube que retornam, são atletas que já estavam nesse ano de 2025. Vamos contratar aproximadamente mais uns 10 jogadores para fazer um plantel forte e robusto para aguentar todas as competições”, afirmou.

 

O principal objetivo do Jacuipense no momento é manter um número maior de datas no calendário, o que pede a constância de campanhas no Campeonato Baiano e bom desempenho na Série D, que Miguel Gomes definiu como foco do clube.

 

“Temos que fazer um bom Campeonato Baiano em 2026 para garantir calendário para 2027 também. A Copa do Brasil é um torneio difícil, queremos fazer uma boa série D para subir para série C, é um objetivo do clube. Vamos trabalhar em cima disso”, disse o gestor de futebol do Jacuipense. 

 

Nesta conferência há um estreante que pulou lugares na fila e já alcança patamares maiores no futebol baiano. O Porto Sport Club, fundado em fevereiro de 2024, jogou o Baianão 2025 e terminou com a quinta posição.

 

A rápida ascensão e boa campanha no Baiano premiou o clube com a vaga na primeira fase da Copa do Brasil e na disputa da Série D do Campeonato Brasileiro de 2026. André Negão, presidente do Porto, enfatizou o trabalho que o clube vem fazendo desde sua fundação para chegar na elite do futebol estadual, e posteriormente, alcançar competições nacionais, objetivo que já foi conquistado em dois anos.

 

“O Porto Sport Club tem uma administração séria que vem trabalhando desde a sua criação para que pudéssemos ascender à série A do Baiano e chegar em um campeonato nacional. Todo bom trabalho tem suas recompensas e a nossa está sendo a Série D e a Copa do Brasil”, afirmou.

 

A partir de 2026, a Série D passará de 64 para 96 times, o que representa um aumento de 26% no total de clubes com participação em divisões nacionais. Além disso, a criação de novos torneios regionais e a ampliação da Copa do Brasil elevarão em 82 o número de vagas em competições organizadas pela entidade.

 

“Essas mudanças têm dois motivos e objetivos principais: reduzir carga de jogos da elite do futebol, que hoje enfrentam maratonas exaustivas ao longo do ano. E segundo, ampliar as oportunidades de competições nacionais para equipes que, há muito tempo, passam meses inativas. É uma questão de justiça esportiva, desenvolvimento sustentável e equilíbrio”, contextualizou o presidente da CBF, Samir Xaud, após a entrega do novo calendário do futebol brasileiro.

 

A reestruturação proposta pela CBF marca uma tentativa de equilibrar o calendário do futebol brasileiro e ampliar o alcance das competições nacionais. A entidade aposta que o novo formato, com mais vagas em torneios regionais e redução da sobrecarga de jogos, tornará o sistema mais competitivo e sustentável.

 

Mesmo com os ajustes previstos para os anos de Copa do Mundo masculina e feminina, a CBF avalia que os resultados práticos da reformulação devem ser sentidos a partir de 2028. A expectativa é que o calendário mais racional e a distribuição ampliada de vagas fortaleçam o futebol em todo o país, com maior equilíbrio entre clubes de diferentes regiões.