José Ataide


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Testemunhas contradizem laudo sobre acidente que matou Diogo Jota e irmão; entenda

Duas testemunhas do acidente que levou a óbito os irmãos Diogo Jota, atacante do Liverpool, e André Silva, jogador do Penafiel, afirmaram que o carro conduzido pelos atletas não estava em alta velocidade, como apontou o laudo inicial da Guarda Civil da Espanha. A tragédia aconteceu na madrugada da última quinta-feira (3), na rodovia A-52, próximo à cidade de Palacios de Sanabria, região de Zamora, a 335 km de Madri.

 

O caminhoneiro português José Azevedo, que presenciou o acidente, relatou ao jornal Correio da Manhã que o veículo trafegava normalmente e negou qualquer excesso de velocidade. “Eles estavam dirigindo com muita calma. Eu passo por essa estrada todos os dias. Vi a marca e a cor do carro claramente. Eles não estavam em alta velocidade”, afirmou. Outro caminhoneiro, amigo de Azevedo, também confirmou a versão.

 

O relatório preliminar da Guarda Civil indica que o acidente pode ter ocorrido durante uma tentativa de ultrapassagem, com possível estouro de pneu e velocidade superior ao permitido. O carro saiu da pista e explodiu, deixando os irmãos carbonizados. A colisão aconteceu por volta de 00h30 no horário local. Ambos morreram no local.

 

Diogo Jota, de 28 anos, viajava com o irmão André, de 25, em direção a Benavente, onde seguiriam para Santander a fim de pegar um barco com destino a Portsmouth, na Inglaterra. A opção pela viagem terrestre foi motivada por recomendações médicas, já que Jota havia passado por uma cirurgia nos pulmões e foi orientado a evitar viagens de avião devido às variações de pressão atmosférica.

 

 

A esposa de Diogo, Rute Cardoso, com quem o jogador havia se casado 11 dias antes do acidente, relatou que os irmãos não chegaram ao destino previsto. Após buscas e a identificação do carro, confirmou-se que os dois estavam no veículo destruído.

 

Diogo Jota teve carreira de destaque no futebol europeu. Revelado pelo Gondomar e profissionalizado no Paços de Ferreira, passou por Atlético de Madrid, Porto e Wolverhampton, antes de ser contratado pelo Liverpool, em 2020, por 44 milhões de euros. Pelo clube inglês, disputou 182 partidas, marcou 65 gols e deu 22 assistências, conquistando quatro títulos, incluindo a Premier League. Também foi bicampeão da Liga das Nações com a seleção portuguesa.

 

Seu irmão, André Silva, atuava pelo Penafiel, clube da segunda divisão de Portugal. Diogo deixa três filhos.