José Ataide

Após o triunfo por 3 a 1 sobre o Náutico, na tarde deste sábado (7), na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, pela última rodada da primeira fase da Copa do Nordeste, o técnico Rogério Ceni concedeu entrevista coletiva e abordou diversos temas além do resultado em campo. O comandante do Bahia comentou as críticas da torcida ao atacante Lucho, falou sobre os desafios da próxima janela de transferências e elogiou a atuação do jovem Tiago, autor de dois gols na partida.

Um dos temas mais sensíveis da coletiva foi a situação de Lucho. O atacante, que caiu de rendimento nos últimos jogos, revelou ao treinador que chegou a ser hostilizado nas ruas de Salvador. Para Ceni, a cobrança é parte do processo e o mais importante é manter o foco no trabalho.

“Um dia ele me falou: ‘Pela primeira vez me xingaram na rua’. Eu disse: ‘Fica tranquilo, isso é normal. Vai acontecer. O torcedor está indignado, você é uma figura pública e, infelizmente, isso pode acontecer’. A pressão é natural para todos”, afirmou o técnico.

No entanto, Ceni destacou que Lucho será importante na sequência da temporada e pode voltar a atuar na posição que o consagro

“Vamos trabalhar essa questão do lado de campo que ele falou em entrevista. Quando ele puder ajudar a gente assim, ou até mesmo de camisa 9, que foi como desencadeou a paixão do torcedor. Importante é que ele não baixe a cabeça, se dedique, e a gente tenha cada vez mais opções”, completou.

Foto: Letícia Martins/EC Bahia

Questionado sobre o planejamento para a próxima janela de transferências, Ceni explicou que o Bahia trabalha dentro de um orçamento definido e que a busca por reforços precisa ser criteriosa.

“Gostaríamos de ter dinheiro infinito, como é dito muitas vezes. Não tem, ao menos disponível para a gente. Sabemos que temos uma carência ou outra, mas não adianta trazer qualquer jogador. Aí é melhor trazer da base, que pode formar jogadores e até gerar uma eventual venda futura”, pontuou.

O treinador reforçou que há um alinhamento com o diretor de futebol Cadu Santoro, mas destacou a importância de respeitar os limites financeiros do clube.

“Se você estoura o orçamento, atrasa salário de jogador. Falam: ‘Não quero estrutura, quero título’. Mas quem quer constância a longo prazo, precisa de estrutura. Pode ser que o título não venha na velocidade que as pessoas esperam. Mesmo com estrutura de primeiro mundo, não garante que vai ganhar naquele ano. Não é ciência exata.”

Com um time alternativo diante do Náutico, Ceni aproveitou para observar os jovens da base, entre eles o atacante Tiago, que brilhou com dois gols. O técnico revelou que vem trabalhando o jogador em uma função que não é a sua de origem, e valorizou sua entrega.

“Vem treinando nessa função há três ou quatro meses comigo. Ele não é dessa função de ofício, mas tem mostrado evolução, não só pelos gols. É voluntarioso, a qualidade técnica vem evoluindo. Tem muita força, ajuda na marcação e na pressão. É jovem, sub-20, tem boa vontade e dedicação.”

Após garantir a melhor campanha geral da fase de grupos da Copa do Nordeste e se classificar para enfrentar o Fortaleza nas quartas de final, o Bahia volta suas atenções para o Brasileirão. O Tricolor encara o Red Bull Bragantino na próxima quinta-feira (12), às 19h, em Bragança Paulista, pela 12ª rodada da Série A. Será o último compromisso antes da pausa para a Copa do Mundo de Clubes da FIFA.