Não podia ser diferente. Com uma vitória. Michael Phelps disputou sua última prova na história das Olimpíadas. Em sua anunciada despedida, neste sábado, o norte-americano conquistou a medalha de ouro no revezamento 4×100 m medley. Assim, acabou no topo no pódio a trajetória olímpica de uma das lendas das piscinas e do esporte mundial.
A aposentadoria olímpica de Phelps já estava anunciada antes do início dos Jogos de Londres. Aos 27 anos, o homem que destruiu recordes e se tornou o maior dono de medalhas dos Jogos, com 22 (18 ouros, 2 pratas e 2 bronzes), mostrou seu lado humano, com derrotas e superações. Fica a expectativa: será que ele mudará de ideia e voltará para o Rio em 2016?
A conquista na despedida chegou a ter momentos de tensão. Os EUA viraram os primeiros 100 m na frente, com Matthew Grevers, mas Kosuke Kitajima, no nado peito, superou Brandon Hansen e colocou o Japão na liderança na metade da prova. Terceiro a cair na piscina, Phelps voltou a dar o primeiro posto à sua equipe. Na última volta, Nathan Adrian, campeão em Londres dos 100 m livre, abriu ampla vantagem diante dos rivais para garantir a despedida dourada de Phelps. O time norte-americano cravou 3min29s35, apenas 0s01 do recorde olímpico, que pertence ao país. O Japão ficou com a prata, e a Austrália levou o bronze.
O fato é que Phelps fez de tudo em Londres. Mostrou que não é super-herói, perdeu quando era favorito, chegou a ficar fora do pódio, mas, no fim, venceu. Foram quatro ouros (100 m borboleta, 200 m medley, 4×200 m livre e 4×100 m medley) e duas pratas (200 m borboleta e 4×100 m livre).
A história olímpica de Phelps começou em Sydney-2000. O garoto de apenas 15 anos se tornou o mais jovem integrante de uma equipe dos EUA nos Jogos em 68 anos. Não ganhou medalha, mas foi quinto colocado na final dos 200 m borboleta, prova que dominou por uma década.
Em Atenas-2004, a série de recordes e feitos começou a ser desenhada. Com seis ouros e dois bronzes, ele não conseguiu quebrar a marca de Mark Spitz, dono de sete vitórias em Munique-1972. Mas, quatro anos depois, os oito ouros em Pequim alçaram Phelps ao status de maior vencedor olímpico em uma única edição dos Jogos.
A sua participação em Londres começou com um decepcionante quarto lugar nos 400 m medley, prova em que Thiago Pereira ganhou a prata e primeira disputa olímpica sem pódio do americano desde 2000. Sua primeira medalha foi histórica, mas não dourada: a prata nos 200 m borboleta o colocou ao lado da ex-ginasta Larisa Latynina como o recordista em número de medalhas em Jogos Olímpicos, com 18 no total. A marca inédita de 19 pódios viria com o ouro no revezamento 4×200 m livre.
A conquista impulsionou Phelps na competição. O ouro nos 200 m medley fez com que ele se tornasse o primeiro tricampeão olímpico da mesma prova da natação masculina. Já a vitória nos 100 m borboleta – também um tricampeonato, o segundo da história, o segundo dele – mostrou que o nadador tem tamanho olímpico de um país, igualando, então, o número de ouros da Argentina nos Jogos. Neste sábado, ele superou a nação sul-americana. Não por isso, uma despedida gloriosa, coroando com chave de ouro, literalmente, sua vitoriosa trajetória olímpica.
FOnte: UOL